DA JANELA DO MEU SOTÃO
Algo como o protão,
Tinha à mão o mundo
Da janela do meu sótão
Tudo se me apresentou profundo
Dormia naquele caixotão
Em sonho feliz, quiçá fecundo
Escutava o mar, jeito de vergastão
A embater na rocha se detendo
Longe, em descomunal ondulação
Cabo Carvoeiro, oriundo
Os urros das ondas em ebulição
Impacto nas rochas num som furibundo.
Da janela do meu sótão
Formou-se um “erudito” oriundo
Escudado em cultura de baú, pobretão!
Á luz do petróleo se examinando,
Desbravando leituras, como eremitão
Fazendo figura (fraca) esperando
Ao fenecer a janela do meu sótão…
Jeito de pináculo de catedral se foi antevendo,
Da janela do meu sótão.
Daniel Costa
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