segunda-feira, 24 de julho de 2017

POEMA AS VELHAS SESTAS





AS VELHAS SESTAS

 Arredores sem florestas
Havia sim, intenso calor
As velhas sestas
Ao longe ecos de trovador
Soavam como orquestras
Imitando tecnicolor
Outras insignes festas!
Volume, som de bateristas
Artes de amador
Parecendo guionistas
Brioso e atento captador
Fervor de artistas
Orientação de pendor
As velhas sestas!...
Eu pertinaz pensador!...

Daniel Costa

POEMA MEIGA E TERNA AVÔ JESUINA



MEIGA E TERNA AVÓ JESUÍNA

Do século XIX heroína
Até ao XX andou o relógio
Meiga e terna avó Jesuína
Em 1957 foi fim do martirológio
Sem sofrimento, partida repentina
Desse valoroso anjo egrégio
Com quatro bebés, mulher menina!
Enviuvou, quis o Régio
De novo casou, divina!
A casa de mais quatro foi refúgio
Deus deu mais um, pura adrenalina!
Nove, embalou, privilégio?
Reforma pombalina?
Para vida de amor e prestigio?
O segundo, cedo endoidou, ela não desatina
Vinte e seis netos; viu, consumado o adágio!
Meiga e terna avó Jesuína!

Daniel Costa


PARA LÁ E PRA CÁ DO BOMBARRAL


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PRA LÁ E PRA CÁ DO BOMBARAL
 
 
Perto o Casal do Urmal!
Antes o Casal Torneiro
Pra lá e pra cá do Bombarral
Onde viajei a pé primeiro
Pra lá a vila do Cadaval
Restaurante “Cigano” além do outeiro
Pra lá, Senhor Bom Jesus do Carvalhal
Pra cá Moita dos Ferreiro (s)
Par lá o solar, dos Loridos, ancestral
Pra cá dos vinhos cancioneiro,
 Justificando a extensa galeria de arte oriental
Transportada da China, por inteiro,
Pra lá ver, entre vinhedos, integral
Pra cá, vinho verde, alvissareiro
Saboroso, fraco, pioneiro, bem cultural,
Desvendemos o medianeiro!
Pra lá e pra cá do Bombarral!
 
Daniel Costa
 

 

POEMA AS MERETRIZES



AS MERETRIZES
 
De guerras matrizes
Ditas toleradas
As meretrizes
Em cidades aglomeradas
Sempre chamarizes
Ares de ateatradas,
Poses de imperatrizes
Chamamento às descaradas
Vestes directrizes,
Para guerras notificadas,
Por proxenetas, suas matrizes
De dicotomias douradas
Rapinas motrizes
No tempo da guerra às pedradas,
A profissão já existia, só não havia abatises,
As sabedoras estavam caladas,
As meretrizes,
Mundanas toleradas!
 
Daniel Costa


 

POEMA ZÉ HUMILDE, NINGUÉM



ZÉ HUMILDE, NINGUÉM
 
Trabalhos se erguem
Zé povo a ver as elites
Zé humilde, ninguém
Povo é visto como o zénite,
Quando convém!
O povo, o Zé, será aceite
Ouve rogos de alguém,
Depois não passa de arrebite,
Elites olham o Zé com desdém
Quem é esse Zé? É enfeite?
Seus arroubos obliqúem!
Zés, Zé… Dos poderes satélite!
Zé humilde, ninguém
Elites de voraz apetite
Vales na volta, quando convém,
Exibirás, Zé, efémero convite!
 
Daniel Costa