sábado, 17 de julho de 2010

FRANQUIA / FILATELIA



ARPHILA – PARIS 75

Como é do conhecimento geral teve lugar em Paris, de 6 a 16 de Junho, a já agora famosa Exposição Filatélica Internacional ARPHILA – PARIS 75, nos magníficos locais do Grand Palais e das Galerias Nationales, em pleno centro da cidade-luz.
Deixando a outros mais competentes que nós a análise do que foi esse extraordinário prélio, o primeiro organizado com base na concepção artística do selo e na arte específica de filatelia, que tanta repercussão teve nos meios filatélicos e artísticos do mundo inteiro, vamos limitar as nossas considerações à Maximafilia, que pela primeira vez foi aceite oficialmente como Classe independente numa Exposição de Filatelia Internacional com o seu júri próprio de três especialistas da modalidade.
Por falta de espaço no local que já lhe atribuído, só foi possível apresentar 91 quadros, repartidos por 11 coleccionadores, franceses, um austríaco, um grego, um holandês, um italiano, um português e um romeno. O júri atribuiu medalhas a todos os participantes, tendo a participação portuguesa sido distinguida com a única medalha de prata dourada posta à sua disposição, vindo a seguir 7 com medalhas de prata, 5 de bronze prateado e 4 de bronze. A participação portuguesa contava de 5 quadros com uma selecção de postais-máximos de sítios e monumentos dos Estados Unidos da América do Norte, estado por estado.
Os dia 14 e 15 foram inteiramente consagrados à discussão do Estatuto da Maximafilia, iniciada em Bucareste em Outubro do ano passado, durante a Exposição Europeia de Maximafilia EUROUMAX - 74 de forma a ser sempre presente ao Congresso da FIP do próximo ano em Filadélfia, conforme foi decidido no recente Congresso de Madrid.
Num próximo número daremos conta dos resultados aprovados pelos delegados presentes de 10 países europeus.
No final do banquete de encerramento o delegado de Portugal pronunciou uma palestra sobre postais mázimos, de que damos a seguir a tradução portuguesa:

Minhas senhoras,
Meus senhores,
Meus amigos.

Na sequência da para mim muito agradável tradição de lhes tomar alguns instantes no decurso destas maravilhosa ágapes maximalistas, sempre tão simpáticas, vou falar-lhes hoje de um aspecto da regra de “concordância de motivos” por vezes tão difícil e mesmo impossível de observar dentro das convenções.
Este problema não se punha aos pioneiros da maximafilia que limitavam as suas realizações., salvo raros casos, unicamente aos postais ilustrados concordantes, à venda nas lojas.
Foi depois de 1945, que a expansão da nossa especialidade levou alguns amadores e principalmente os grupos de coleccionadores que pouco a pouco de formavam, a procurar documentos que lhes permitissem editar postais mais ou menos concordantes com o selo, chegando até a copiar este, o que era muito grave. Conservo por curiosidade alguns postais deste último que constituem um descrédito para a nossa especialidade e que devem e que devem ser excluídos de qualquer colecção de verdadeiros postai máximos como poderão verificar pelos exemplares que submeto à vossa apreciação.
Não quero alongar-me num assunto tão vasto quanto interessante e vou limitar asa minhas considerações a expor a forma com resolvi um problema assaz difícil que um dia se pôs à minha experiência de velho realizador.
Em 1953 os Correios Portugueses emitiram dois selos comemorativos do 14º. Centenário da chegada em 550 (frente do Porto) de S. Martinho de Dume, vindo da Palestina com o fim de contribuir para a evangelização dos suevos no N. O. Da Península Ibérica. Ligando este acontecimento no tempo à história de França direi que S. Martinho de Dume foi contemporâneo de S. Gregório, o famoso bispo de Tours, cujo nascimento foi também consagrado por um selo em 1939. Devo acrescentar que o nosso S. Martinho é oriundo da Panópia (a Hungria actual) talqualmente o vosso S. Martinho de Tours que dois séculos antes se celebrizara pela sua caridade ao partilhar a capa com um pobre e que o seu país natal, depois da Bélgica e da França, também consagrou filatelicamente com um magnífico bloco em 1972.

Ignorando tudo do nosso S. Martinho de quem os manuais escolares não falam a despeito de várias obras de importância que nos legou, comecei naturalmente por consultar a Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e o Grande Larousse, onde colhi alguns dados salientes da sua biografia. Da Universidade Católica do Arcebispo de Braga (onde S. Martinho foi Arcebispo) recebi um excelente ópusculo com imensos pormenores sobre a sua vida. Infelizmente nada encontre sobre encontrei sobre a iconografia do Santo, tendo o selo, aliás muito apreciado pelo entendidos, sido inspirado em velhos desenhos de personagens mais ou menos da época. Como fazer então para conseguir um documento válido.
As obras a que me referi há pouco informam que S. Martinho havia fundado um mosteiro em Dume. Próximo de Braga, mais tarde elevado ao episcopado de que de que S. Martinho foi o primeiro bispo. Escrevi então ao pároco da actual igreja desta aldeia, de que o Santo é orago, a fim de obter uma fotografia da imagem do santo colocada por cima do altar mor. Após algumas peripécias, que me abstenho de descrever, recebi essa fotografia, com a qual fiz uma colecção de postais e os correspondentes máximos.
Para a obliteração escolhi o carimbo especial ilustrado de primeiro dia do Porto, preferido pólos coleccionadores, se bem que as obliterações ilustradas de Dume e de Braga fossem igualmente boas.
Realizei assim uma peça modesta sim, mas respondo inteiramente aos regulamentos da época, como poderão avaliar pelos exemplares que tenho muito prazer em oferecer aos coleccionadores presentes que ainda a não possuem. Esgotada assim a minha existência, a sua valorização não se fará esperar dado o seu interesse para os especialistas das temáticas que esse postal enquadra.


 FRANQUIA NUMERO 8 ONDE SAÍU O EXCELENTE ARTIGO.

5 comentários:

  1. Daniel,
    um post especial.
    Gostei das imagens.
    O último selo é muito bonito.
    Adorável!

    Beijos.

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  2. Olha só Daniel, que espaço rico, milionário em memórias, seu filhos e e netos deves ter orgulho de uma pessoa como vc, culto, ser humano lindo. Vou e adotor, vc será meu padrinho se assim permitir, nossa que orgulho pra mim, suas paalvras seus textos, eu amo ler, adoro história cultura seja onde for, em livros nos blogs. Parabéns por este espaço nobre cheio de riquezas, seue selos uma beleza de coleção.Olha continua forte, poderoso, pois é assim que te leio um ser humano maravilhoso!
    com carinho
    Hana
    com carinho
    Hana

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  3. Sempre aprendendo muito por entre seus blogs, Daniel!! Muito bom!!

    Abraço!

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  4. O post é antigo mas a visita é para conhecer a casa que desconhecia totalmente.

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  5. Um post super interessante.
    Belo selo.

    Bjos.

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