SOLADO
BRASILEIRO
Não se destinavam ao Rio de Janeiro
O sítio da cidade maravilhosa já
existia
Solado brasileiro
A colonização se construía
Em retrocesso de pioneiro
Num sonho que, no tempo retrocedia
Estava o poeta naquele luzeiro
Quando o anjo da guarda em vigia
Solado não havia, primeiro
O amor o conduziria
A um resplandecente
outeiro
Ainda o sonho vivia
Já via enamorado o actual Rio de Janeiro
Por amores a uma bonita dama,
sofria
Por ela percorreria o mundo inteiro
Porém não podia
Ainda que com solado brasileiro
Num esfregar de olhos, o sonho se
desfazia
Aquele sonho, que lhe pareceu
pioneiro
Como se vivesse algures noutra
galáxia não ruía
O solado brasileiro,
O amor à dama para todo o sempre
ficaria
O Senhor do Corcovado, naquele
outeiro
Um dia voltar a avistar, a si
prometia
Em virtude do solado brasileiro
O amor à dama não feneceria
Com solado brasileiro,
A dama a sua mão lhe concederia!
Daniel Costa
Fotos: gentimente cedidas por Severa Cabral escritora